Existem diversos motivos para decidir fazer uma certificação financeira: uma exigência do trabalho, como em bancos e corretoras; uma forma de se distinguir e ganhar credibilidade para trabalhar como planejador financeiro, entre outros.

De qualquer forma, antes de realizar seu objetivo é necessário passar pela fase que mais assusta quem vai fazer uma prova: a preparação para os estudos. Será que eu vou conseguir aprender tudo a tempo? Qual assunto preciso focar mais? Como vou conciliar os estudos com o trabalho/ a faculdade / minha relação / meu tempo com os filhos?

Para ajudar você que está nesta situação, eu decidi listar algumas “técnicas” que aprendi e que melhoraram muito minha performance em provas. Assim, você conseguirá se organizar e preparar muito melhor, estudando com calma e serenidade para passar na certificação financeira que você escolheu.

1 – Estude todo o programa ou edital antes de qualquer coisa

Parece óbvio, mas eu já cometi muito este erro. Em uma das provas para concurso que não passei, ao conferir os resultados, percebi que algumas pessoas aprovadas possuíam nota menor que a minha! Ao reler o edital , desta vez com atenção, para encontrar as instruções para entrar com recurso, percebi que um dos blocos de provas era somente para desempate. Adivinha para qual dos dois eu tinha dedicado mais tempo de estudo?

Portanto, não cometa este erro. Leia todo o edital ou programa com atenção. Avalie o quanto você sabe de cada tópico com sinceridade e seriedade, qual o peso na nota final e, seu tamanho e complexidade. Estas informações serão a base para todo o seu plano de estudos.

2 – O melhor plano de estudo? Aquele que funciona para você!

Feita uma análise dos tópicos a estudar e para quais dar mais atenção e foco, o próximo passo é criar um plano de estudos. Existem diversos planos e técnicas: algumas pessoas estudam cada assunto até o final antes de começar o próximo; outras alternam como uma grade de escola ou faculdade; você ainda pode alternar uma matéria com mais cálculos com outra mais teórica; estudar dois ou até três assuntos por dia; entre outras inúmeras possibilidades.

Qual delas é a melhor? Aquela que te trouxer os melhores resultados. Se você acha chato ou cansativo estudar um assunto por vez até esgotá-lo, alterne. Se alternando você acaba não recordando parte do assunto quando retorna, estude uma por vez. O importante é você testar até encontrar a forma de estudos que mais te deixa confortável e se adapte a sua rotina.

3 – Ao planejar o calendário de estudos, mantenha o equilíbrio.

Ao se deparar com a quantidade de tópicos a estudar, você pode ficar tentado a criar um calendário de estudo com 8h, 10h, ou até 12h de estudo por dia. De fato, a maioria dos cursos preparatórios e livros adoram vender estas histórias: como o primeiro lugar estudava 18h por dia e só parava para comer e dormir.

Esse tipo de anedota é prejudicial por muitos motivos. Para início de conversa, quem disse que você precisa ser o primeiro lugar? Você precisa passar! No caso das certificações isso fica ainda mais evidente, pois na verdade você precisa superar somente a si mesmo!

Além disso, uma carga de estudos tão pesada, por um período muito extenso, com certeza vai cobrar um preço altíssimo na sua saúde mental. E ainda, você pode estar trabalhando, estudando e/ou possuir uma família que te ama e quer sua presença.

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Portanto, para conseguir criar um calendário de estudos equilibrado, você primeiro deve analisar quanto tempo você tem disponível, excluindo suas obrigações no trabalho, em casa, na faculdade, etc. Caso sua rotina seja mais comum, você provavelmente chegará a um valor qualquer diário.

A partir daí, decida quanto tempo será dedicado ao estudo, e defina intervalos para descanso e lazer. Eu acredito que esta é a parte mais importante, e mais difícil de toda a preparação, talvez incluindo até a própria prova.

Cabe a você decidir se vai dividir a programação em tópicos por dia, ou número de páginas, etc, de forma a distribuir cada “pedaço” entre o tempo disponível até a prova. Aqui também leve em consideração a forma com que você se sinta mais confortável. Não se esqueça de fazer revisões periódicas, exercícios e simulados, mesmo antes de terminar todo o tópico ou matéria.

É importante evitar longos períodos de estudo sem pausas para descanso. Uma das possibilidades é usar uma técnica como a Pomodoro, onde originalmente se programa um timer para sessões de 25 minutos de estudo, com 5 minutos de descanso entre cada sessão. Chegando no 4º descanso, o intervalo é de 15 a 30 minutos, quando se reinicia a contagem.

Eu adaptei um pouco a técnica para meu estilo de estudo, já que intervalos a cada 25 minutos acabavam por me interromper no momento em que eu estava mais concentrado no tópico. Mas, assim como com o plano de estudo, o ideal é que você encontre o intervalo ou técnica que mais se adapte a seu estilo de estudo.

Sobre os intervalos para lazer, é óbvio que não é necessário que os mesmos sejam diários. Mas é importante que, ao menos uma ou duas vezes na semana, ocorra uma pausa para encontrar os amigos, sair com a família ou companheiro(a), etc. Eu costumava deixar um dia inteiro por final de semana como descanso e lazer. Desta forma evitava que uma sessão ruim de estudos influenciasse no meu tempo de lazer e conseguia desligar e relaxar.

Por último, é um boa prática não preencher todos os horários da semana: imprevistos acontecem e se você não tiver uma folga na agenda para acomodar mudanças, estas alterações podem se tornar uma fonte de ansiedade, decepção e desmotivação. Se nada acontecer naquele período, adiante uma sessão de estudos, descanse, etc.

4 – Mantenha a motivação usando algo que o recorde de seu objetivo

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Esta dica eu encontrei em um dos livros do William Douglas, e procuro sempre utilizá-la, não somente para fazer provas, mas em vários momentos de dificuldade na vida. Muitas vezes só precisamos de forças para continuar, e conforme está no mesmo livro:

“A motivação é pessoal: só você pode dizer o que lhe dá ânimo para trabalhar, prosseguir, crescer. As outras pessoas podem ajudar na motivação, mas não nos dá-la de presente.”

William Douglas – Como passar em provas e concursos.

Em muitos momentos durante os estudos, por cansaço ou esgotamento, começamos a duvidar ou questionar se vale mesmo a pena tanto esforço. Por isso, esta dica apesar de simples é importante: sempre tenha em mãos algo que lembre do porquê você quer passar nesta prova. Se não for possível, crie uma imagem mental de você após conquistar seu objetivo, certificado, após receber uma ótima oferta de emprego ou trabalhando com clientes no planejamento de suas finanças. É uma daquelas dicas que parecem besteira para vender livros de auto-ajuda mas, acredite: eu não quero te vender nada! 🙂

5 – Saber fazer provas é um tópico extra e “secreto” de toda prova

Apesar de não aparecer no edital ou no programa, saber fazer provas é uma habilidade que você precisa dominar também. Por isso a importância de fazer muitos exercícios e simulados, entendendo como cada tópico pode ser cobrado, a resolver questões por eliminação, entre outros.

Algo que costumo fazer ao estudar é imaginar como aquilo que estou lendo poderia ser transformado em uma questão: seria de múltipla escolha? certo ou errado? correlacionar conceitos? Desta forma já me preparo para quando encontrar o assunto na prova de certificação.

Conclusão

Mesmo que você sofra um revés, todo o tempo de preparação e a experiência ao realizar a prova não é perdida. Entenda quais foram os motivos que levaram àquele resultado e recomece corrigindo estas deficiências.

Seja em uma certificação financeira como a CPA-10, a CPA-20, ou a CFP; seja em uma prova de concurso, estas dicas vão te ajudar a se preparar com maior eficiência, eficácia, equilíbrio e serenidade para alcançar seus objetivos e conquistar seus sonhos.

Portanto, não perca tempo: comece agora mesmo e esteja preparado para aquela certificação desejada e depois volte aqui para dividir conosco sua experiência!